HIPERTENSÃO ARTERIAL

O que é a hipertensão arterial?

A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma condição crônica caracterizada pelo aumento persistente da pressão do sangue nas artérias. É uma das principais doenças tratadas em consultórios de cardiologia, pois está associada a um maior risco de desenvolvimento de complicações cardiovasculares graves, como doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e doença renal.

Como é diagnosticada?

A hipertensão arterial é diagnosticada por meio da medição da pressão arterial. O procedimento é simples e indolor, geralmente realizado no consultório médico ou em ambientes de saúde.

A pressão arterial é composta por dois valores: a pressão sistólica e a pressão diastólica. A pressão sistólica representa a pressão exercida nas artérias quando o coração está bombeando sangue, enquanto a pressão diastólica é a pressão nas artérias quando o coração está em repouso, entre as batidas.

O equipamento mais comumente utilizado para medir a pressão arterial é o esfigmomanômetro, que consiste em um manguito inflável colocado em volta do braço e um manômetro que mostra a pressão em milímetros de mercúrio (mmHg). Existem também dispositivos digitais automáticos, conhecidos como monitores de pressão arterial, que são fáceis de usar em casa ou mesmo em serviços de saúde.

Para obter uma medição precisa, é importante seguir algumas diretrizes, como:

Repouso

O paciente deve estar relaxado e em repouso por pelo menos cinco minutos antes da medição.

Posição

O braço deve estar apoiado em uma superfície e na altura do coração.

Vestimenta

A roupa deve ser afrouxada na área do braço onde o manguito será colocado.

Calibração

O tamanho do manguito deve ser adequado ao tamanho do braço do paciente.

*É recomendado que a medição seja repetida em diferentes consultas para confirmar a presença de hipertensão arterial crônica.

Os critérios diagnósticos para hipertensão arterial são geralmente baseados nas seguintes faixas de pressão arterial:

  • Pressão arterial ótima: < 120/80
  • Pressão arterial normal: 120-129 e/ou 80-84
  • Pré-hipertensão: 130-139 e/ou 85-89
  • Hipertensão Estágio 1: 140-159 e/ou 90-99
  • Hipertensão Estágio 2: 160-179 e/ou 100-109
  • Hipertensão Estágio 3: ≥ 180 e/ou ≥ 110

 

Se a pressão arterial estiver acima dos valores de referência para a hipertensão, o médico pode solicitar medições adicionais e realizar uma avaliação completa para identificar a causa subjacente e avaliar o impacto da hipertensão em outros órgãos, como coração, rins e vasos sanguíneos. Deve-se fazer também a diferenciação entre hipertensão do jaleco branco e hipertensão mascarada, muitas vezes utilizando alguns exames complementares como MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial) e MRPA (Medidas Residenciais da Pressão Arterial), cada qual com uma metodologia específica.


Hipertensão mascarada
é uma condição em que a pressão arterial de um indivíduo está normalmente elevada fora do ambiente clínico, mas apresenta valores normais durante as consultas médicas. Isso pode levar a um subdiagnóstico da hipertensão, uma vez que as medições ocasionais podem não capturar o quadro real.

Já a hipertensão do jaleco branco é o oposto, em que a pressão arterial de um paciente é elevada temporariamente durante as consultas médicas devido à ansiedade ou estresse associados ao ambiente clínico, mas se mantém normal no restante do tempo. Ambas as condições requerem acompanhamento cuidadoso para garantir um diagnóstico preciso e tratamento adequado.

Por que devo tratar a hipertensão?

Tratar a hipertensão arterial é de extrema importância por diversos motivos. Primeiramente, a hipertensão é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares graves, como doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. Ao controlar a pressão arterial, reduzimos consideravelmente o risco de complicações cardiovasculares.

Além disso, a hipertensão descontrolada pode levar a danos nos órgãos-alvo, como o coração, os rins e os vasos sanguíneos. O tratamento adequado da hipertensão ajuda a preservar a saúde desses órgãos, prevenindo complicações como insuficiência cardíaca, doença renal crônica e derrames.

O tratamento da hipertensão também melhora significativamente a qualidade de vida, pois ajuda a aliviar sintomas como dores de cabeça, fadiga e problemas de concentração. Ao controlar a pressão arterial, as pessoas podem desempenhar suas atividades diárias de maneira mais eficaz e se sentirem melhor.

Além disso, tratar a hipertensão arterial é uma medida preventiva para o futuro. Ao controlar a pressão arterial, estamos reduzindo o risco de complicações e problemas de saúde a longo prazo, proporcionando uma vida mais saudável e aumentando a expectativa de vida.

Como tratar a hipertensão?

O tratamento da hipertensão arterial requer uma abordagem abrangente, combinando mudanças no estilo de vida e, se necessário, o uso de medicamentos de diferentes classes anti-hipertensivas.

Como terapias não farmacológicas, temos a alimentação, o exercício e a perda de peso.

dieta DASH, que foi uma dieta testada com o objetivo de reduzir os níveis pressóricos, de fato mostrou resultado positivo, com redução de até 12 mmHg quando associada à redução do sódio da dieta. É uma dieta rica em frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura e cereais integrais, além de consumo moderado de oleaginosas e redução no consumo de gorduras, doces e bebidas com açúcar e carnes vermelhas.

Além da alimentação saudável com baixo teor de sódio, devemos lembrar da prática regular de atividade física e exercícios como ferramenta para o tratamento da pressão alta. Isso vale para exercícios aeróbicos (caminhadas, corridas, bicicleta, natação) e para exercícios de força (musculação). O hipertenso que consegue manter a prática regular de exercício recomendada consegue reduções de 27 a 50% na mortalidade.

A perda de peso também está relacionada à diminuição dos valores pressóricos. A eliminação de 5 kg está associada à redução de 4,4 mmHg na PAS.

Além disso, hábitos como a respiração lenta também conseguiu reduzir em 6,3 mmHg o nível de PAS.

Caso essas medidas não sejam suficientes para controlar a pressão arterial, o médico pode prescrever medicamentos específicos, como:

  • Diuréticos tiazídios e de alça: incluem hidroclorotiazida, clortalidona e furosemida.
  • Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): Exemplos são enalapril, lisinopril e ramipril, captopril.
  • Bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA): losartana, valsartana, olmesartana, candesartana, dentre outros.
  • Bloqueadores dos canais de cálcio: Principalmente anlodipino, levanlodipino e nitrendipino.
  • Betabloqueadores: metoprolol, carvedilol, bisoprolol, nebivolol.
  • Antagonistas dos receptores de aldosterona: Espironolactona.

"Tratar a hipertensão arterial é investir na própria saúde e bem-estar, prevenindo complicações e desfrutando de uma vida plena e saudável."